Este artigo apresenta o conceito de agricultura itinerante, seus exemplos ao redor do mundo, bem como suas vantagens e desvantagens. Além disso, discute como a agricultura itinerante pode ser adaptada e melhorada por meio de práticas sustentáveis.
A agricultura itinerante, também conhecida como roça ou agricultura de corte e queima, é um sistema agrícola que tem sido praticado em diversas regiões do mundo há milhares de anos.
Nesse sistema, a terra é desmatada, queimada e cultivada por um ou dois anos, e depois abandonada por um período de tempo para permitir a regeneração natural da vegetação. Em seguida, um novo local é escolhido para a realização do ciclo novamente.
Embora seja uma prática tradicional, ela pode ter impactos negativos no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas que a praticam, e por isso tem sido alvo de debate e discussão entre especialistas em agricultura e desenvolvimento sustentável.
Neste texto, iremos explorar mais sobre o que é a agricultura itinerante, como ela é praticada, seus impactos e alternativas sustentáveis.

O que é agricultura itinerante?
A agricultura itinerante é uma prática de subsistência, ou seja, é utilizada para produzir alimentos para o consumo próprio e das comunidades locais. Em muitos casos, é uma forma de preservar tradições e culturas de grupos étnicos e populações rurais isoladas, no entanto, a agricultura itinerante tem sido criticada por seus impactos ambientais negativos, como a degradação do solo, a perda de biodiversidade e a emissão de gases de efeito estufa.
Por isso, especialistas em agricultura e desenvolvimento sustentável têm buscado alternativas mais sustentáveis para garantir a segurança alimentar e a conservação do meio ambiente, como veremos no decorrer deste artigo.
Exemplos de agricultura itinerante
Esse tipo de agricultura é uma prática que pode ser encontrada em várias partes do mundo, principalmente em regiões tropicais, onde as condições climáticas são favoráveis para a regeneração natural da vegetação. Alguns exemplos de agricultura itinerante são:
Onde é praticada a agricultura itinerante?
- Milpa, México – a milpa é um sistema de agricultura itinerante praticado por comunidades indígenas do México, onde milho, feijão e abóbora são plantados juntos em uma área desmatada e queimada. Depois de um ou dois anos, a área é deixada em pousio para a regeneração da vegetação.
- Rondônia, Brasil – em Rondônia, região amazônica do Brasil, a agricultura itinerante é praticada por pequenos agricultores, que desmatam e queimam a floresta para plantar culturas de subsistência, como mandioca, milho e feijão. Após alguns anos, a área é abandonada para a regeneração natural da vegetação.
- Swidden, Sudeste Asiático – o swidden é um sistema de agricultura itinerante praticado em países do Sudeste Asiático, como Indonésia, Tailândia e Laos. Nesse sistema, a floresta é desmatada e queimada, e as culturas são plantadas em pequenas áreas. Após um ou dois anos, a área é deixada em pousio para a regeneração da vegetação.
- Chitemene, Zâmbia – o chitemene é um sistema de agricultura itinerante praticado em algumas regiões da Zâmbia, onde a vegetação é desmatada e queimada, e as culturas são plantadas em áreas de solo fértil. Após alguns anos, a área é deixada em pousio para a regeneração natural da vegetação. Esse sistema também utiliza a prática de corte e poda de árvores, para melhorar a fertilidade do solo e aumentar a produção agrícola.
Vantagens e desvantagens da agricultura itinerante
A agricultura itinerante é uma prática antiga que tem suas vantagens e desvantagens, que podem variar de acordo com a região e as condições locais. A seguir, apresentamos algumas vantagens e desvantagens da agricultura itinerante:
Agricultura itinerante vantagens:
Baixo custo de implementação: a agricultura itinerante requer poucos recursos financeiros para ser iniciada, uma vez que utiliza principalmente mão de obra familiar e recursos naturais locais;
Produção de alimentos para subsistência: a agricultura itinerante é uma prática de subsistência, que permite a produção de alimentos para consumo próprio e das comunidades locais;
Preservação da cultura e tradições locais: em muitos casos, a agricultura itinerante é uma prática tradicional, que preserva a cultura e as tradições de grupos étnicos e populações rurais isoladas;
Redução da pressão sobre os recursos naturais: como a área cultivada é deixada em pousio após um período de tempo, a agricultura itinerante pode reduzir a pressão sobre os recursos naturais e a biodiversidade, permitindo a regeneração da vegetação e a recuperação do solo.
Agricultura itinerante desvantagens
Degradação do solo: a agricultura itinerante pode levar à degradação do solo, principalmente em áreas com baixa fertilidade e precipitação, onde a regeneração natural da vegetação é mais lenta;
Emissão de gases de efeito estufa: a queima da vegetação para a abertura de novas áreas cultiváveis pode contribuir para a emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global;
Perda de biodiversidade: a desmatamento e a queima da vegetação para a prática da agricultura itinerante podem levar à perda de biodiversidade e à fragmentação dos habitats naturais;
Baixa produtividade: a agricultura itinerante pode apresentar baixa produtividade agrícola, devido à falta de investimento em tecnologia e insumos agrícolas, além do curto período de cultivo das áreas.
Como a agricultura itinerante pode ser adaptada e melhorada por meio de práticas sustentáveis?
Esse modelo de agricultura tem sido alvo de críticas por seus impactos ambientais negativos, como a degradação do solo, a perda de biodiversidade e a emissão de gases de efeito estufa. No entanto, especialistas em agricultura e desenvolvimento sustentável têm buscado alternativas mais sustentáveis para garantir a segurança alimentar e a conservação do meio ambiente.
Algumas práticas sustentáveis que podem ser utilizadas para adaptar e melhorar a agricultura itinerante incluem:
Agrofloresta
A agrofloresta é um sistema agrícola que integra árvores, arbustos e plantas perenes em áreas de cultivo. Essas plantas ajudam a proteger o solo da erosão, melhoram a fertilidade do solo, conservam a água e fornecem alimentos e recursos para as comunidades locais.
Agricultura de conservação
A agricultura de conservação envolve a utilização de práticas agrícolas que visam conservar o solo e a biodiversidade, como a redução da queima de resíduos agrícolas, o uso de técnicas de plantio direto e a rotação de culturas.
Permacultura
A permacultura é uma abordagem de design que busca criar sistemas agrícolas sustentáveis e resilientes, utilizando princípios de ecologia, economia e cultura. Essa abordagem inclui a utilização de técnicas de cultivo integrado, como a combinação de plantas que se beneficiam mutuamente e a utilização de compostagem e outras práticas de reciclagem.
Sistemas agroflorestais
Sistemas agroflorestais são uma combinação de práticas de agrofloresta e agricultura itinerante, onde árvores e plantas perenes são cultivadas em áreas de cultivo temporárias.
Esses sistemas ajudam a aumentar a produtividade agrícola, melhorar a conservação do solo e da biodiversidade e fornecer recursos sustentáveis para as comunidades locais.
Conclusão
Essas são apenas algumas das práticas sustentáveis que podem ser utilizadas para adaptar e melhorar esse tipo de agricultura, mas é importante ressaltar que cada região e comunidade possui suas próprias necessidades e desafios, e por isso é fundamental que as soluções adotadas sejam baseadas no conhecimento e na participação das comunidades locais.
Ao combinar o conhecimento tradicional com técnicas e tecnologias para agricultura modernas, é possível tornar a agricultura itinerante mais produtiva e sustentável, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida das populações rurais.
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